20 de agosto de 2010
Esquizofrenia Universal
A esquizofrenia nos rodeia incessante e legitimamente, assim como os personagens de suas alucinações, como uma ‘pandemia não patológica’ cujo sintoma é a perseguição do medo – que impossibilitam um contínuo progresso -, a vergonha contrária à realidade, o afrouxo no coração e seus derivados sintomas psicossomáticos.
Dividimos rodovias, praças, faculdades e trabalhos com medos fantasmagóricos, pouco infundados. Personagens que não ultrapassam a linha da imaginação, mas constantemente compartilham de nosso cotidiano. Repartimos nossos projetos e metas com inimigos invisíveis que nos usurpam sonhos, restando os detritos impotentes de nossa patente, a desesperança.
Comumente assistimos heróis e logo equacionamos sua sorte e/ou conta bancária. O stress da vida urbana e a covardia de ignorar um falso consolo são sintomas da Esquizofrenia Universal. Seu antídoto é facilmente alcançável para os incansáveis e fiéis às próprias ansiedades, e demasiado caro para os pobres de espírito. Comprovou-se, ainda que empiricamente, que tal mobilidade é inversamente proporcional à sua busca.
O segredo do gênio esquizofrênico e matemático John Nash, retratado no filme Uma mente brilhante (2001), nos leva à ingênua razão que o desprezo aos causadores alucinógenos faz-nos alcançar o Nobel, nosso Nobel da Paz.
Até onde o medo e a insegurança te consentirão alcançar?
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