25 de junho de 2009

Aquele colo...

Procuro-te
Nos quatro cantos da casa.
Sou alma ferida,
A própria úlcera, chaga.
Procuro-te
Entre as rosas mais belas,
Nos álamos,
Na fluência das águas,
Bosques, florestas.
Procuro-te
Ansiando sentir-te.
Não te enxergo...
Não enxergo
As sandálias para desavessar,
Os tornos para desenrolar,
As flores para aguar...
Não enxergo
As brincadeiras infantis
Para maturar.
Não enxergo amor.
Não enxergo, amor,
Tampouco sinto
O teu cheiro para acalmar...
Procuro-te
Nos ermos de minha lembrança,
Na minha saudade,
Tão somente, te encontro...
Foste quando mais precisara de colo
Espero outro dia tocar-te, flor minha.
Te sinto por perto,
Mas que tua força não basta,
Preciso de teu abraço sereno,
Sentir-te... Preciso-te.
Retorna, flor.
Retorna flor
E renasce em meu jardim.
Faz-me sentir-te para me sentir...
Espero-te!

20 de junho de 2009

Blavino: Lírica Mente

Mente,

Oh, mente lírica
Vem e me consome.

Tira-me dessa vida vã
Tola, vil, boba e ignorante.
E se não me esgotas, lo siento.

Lêndeas e parasitas saciam a fome.

Melancólicos filhotes vorazes
Secam fácil toda essa fonte.
Infelizes, pobres parvos.

Insignificantes
Malditos e

Propícios?

_____________________________________________________________________
A poética do Blavino:
http://www.revistasamizdat.com/2009/06/poetica-do-soneto-blavino.html

16 de junho de 2009

Declamação do quase amor

Um dia éramos sós
A sonhar com aquele rio
Atravessávamos oceanos
Em mente, somente...
Sonhávamos com o turquesa.
O tom de nossa pureza,
Fazia-nos esplêndidos sobre
O Danúbio Azul.

Éramos sós,
Adventícios, amantes
E desconhecidos.
Declamando os males
Que a paixão trouxera,
Invocando o amor
Ou algo mais puro,
Ingênuo e intenso
Quiçá Fiel
Mas verdadeiro.

Declamo o quase amor
Para assim criarmos asas
Juntos, dois cisnes
Brancos como o véu.
A grinalda: o juízo.
Equilibrando-nos
Ao nadarmos,
E Amarmos-nos
No Danúbio azul.